A aplicação tópica de mel de qualidade médica é recomendada para o tratamento clínico de infecções de feridas. A adequação do mel como agente de cicatrização de feridas deve-se em grande parte à sua atividade antibacteriana, propriedades imunomoduladoras e biocompatibilidade.
Apesar da utilidade do mel na cicatrização de feridas, as infecções crónicas de feridas continuam a ser um problema global que exige novas e melhores intervenções terapêuticas. Vários estudos recentes investigaram os efeitos da combinação do mel com outras terapias ou agentes, com o objetivo de encontrar tratamentos mais eficazes. Nesta revisão sistemática, foi utilizada a base de dados PubMed para pesquisar a literatura científica sobre os efeitos combinados do mel e de outras terapias na atividade antimicrobiana e na cicatrização de feridas e da pele. A pesquisa revelou que foram observados efeitos antimicrobianos sinérgicos ou aditivos in vitro quando o mel foi combinado com antibióticos, bacteriófagos, péptidos antimicrobianos, agentes naturais, por exemplo, gengibre ou própolis, e outras abordagens de tratamento, como a utilização de hidrogel de quitosano.
Os resultados dependem do tipo de mel, do agente ou do tratamento combinado e da espécie ou estirpe microbiana. Foi também observada uma melhor cicatrização de feridas in vivo em ratos quando o mel foi combinado com terapia laser ou terapia com bacteriófagos. São necessários mais estudos clínicos em humanos para compreender plenamente a eficácia das terapias combinadas de mel para o tratamento de infecções da pele e feridas.